Junta de Freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo       





Economia Local   

A agricultura

A agricultura foi desde sempre a actividade económica que mais predominou, de poucos recursos pois a orografia dos terrenos assim não o permitia. Predominou a agricultura de subsistência dos legumes, frutos secos, azeitona e em terrenos menos acidentados cultivou-se em tempos o trigo que viria a pouco e pouco a dar lugar aos pomares de citrinos. 

Devido às imigrações e migrações a freguesia desde os anos 50 perdeu população e com ela perdeu-se igualmente a agricultura com a falta de mão-de-obra. Actualmente são poucos os que arriscam na agricultura de produção. 

A Agricultura atravessa presentemente nesta Freguesia uma profunda crise. E não somente nesta, mas em todas as Freguesias rurais do Algarve e, creio, de Portugal interior. Crise que no concelho de Tavira não é dos nossos dias, enquanto o Turismo se mostrar entre nós mais rentável do que a Agricultura, esta continuará moribunda, situação que se deve ao facto de os preços pelos quais se vendem hoje os produtos agrícolas não permitirem aos que na terra trabalham um rendimento semelhante aos salários que, por exemplo, recebem os serventes da construção civil ou os empregados de mesa dos restaurantes. 

Daí que os proprietários-agricultores se abstenham hoje, em grande parte, de cultivar os seus campos e até de recolher os frutos dos seus pomares de sequeiro, deixando-os no arvoredo e preferindo migrarem, eles próprios, para o Litoral, dedicando-se aí a novas actividades profissionais diferentes daquelas que aprenderam com seus progenitores.



Pecuária e os animais domésticos

Nesta Freguesia, para além do cão e do gato, os animais domésticos tinham duas finalidades, consoante a sua aptidão: ajudar o homem nos trabalhos agrícolas ou fornecer-lhe parte da alimentação, quer directamente, quer pelo produto da sua venda. Na lavoura, o agricultor era ajudado pelo gado vacum, muar e asinino; reforçavam a sua cozinha e a sua carteira o gado suíno, o ovino e o caprino, as galinhas e os coelhos mansos. 

De facto, até à generalização do tractor, ocorrida, aqui, no meados do séc. XX, os rurais lavravam a terra na parte da serra com juntas de vacas ou com parelhas de burros, enquanto na parte Barrocal faziam-no preferentemente com parelhas de muares. 

E, no que respeita a transportes, na Serra os burros, albardados, levavam as pessoas à Aldeia e os géneros aonde fosse preciso, enquanto estevas abaixo as muares eram empregues no puxar das carroças. 

Lanígeros e caprinos, raras eram as famílias que não possuíam algumas cabeças. Das ovelhas e borregos tiravam a lã; das cabras obtinham os chibos e o leite. Borregos e chibos vendiam-nos no mercado mensal ou na feira da Aldeia juntamente com os bezerros, desmamados aos cinco meses de idade. E a lã teciam-na em seus teares manuais ou vendiam-na ao peleiro, enquanto galinhas, coelhos e ovos os comprava o oveiro que, tal como o peleiro, andava de porta em porta. 

Falta a referência aos porcinos: todas as moradias tinham anexa a pocilga (ou pocilgo), no qual criavam vários daqueles animais. Deles, um ou dois eram para o gasto da casa; os restantes para venda. 

Evidentemente que todos estes animais precisavam de quem os apascentasse ou lhes desse comida quando presos. Aconteceu, porém, que, havendo nas últimas décadas emigrado as pessoas mais capazes e ficado nos sítios e montes da Freguesia apenas alguns velhos, que por serem velhos são cada dia menos aptos e em menor número, deixou de haver quem tratasse da bicharada. 

E os terrenos deixaram de ser semeados. Nem o tractor chegou a entrar verdadeiramente em acção, excepto num caso ou noutro. Agora as pessoas vão à Aldeia numa carrinha-auto que a Câmara Municipal envia em certos dias aos Montes para esse efeito. 

E até a tradicional salgadeira está em vias de extinção porque o talho da Aldeia e o frigorífico caseiro a substituíram. Carne que vem de longe, de animais alimentados sabe-se lá como!



Os Lagares de Azeite e as Destilarias

A cultura da Azeitona, e a actividade de destilação nomeadamente do Medronho, Bagaço de uva, o figo e alfarroba, devido à mão-de-obra pouco intensiva foram aquelas as que mais predominaram até aos nossos dias, daí a forte implementação de 2 lagares de azeite e destilaria muito importantes: a Cooperativa Agricola dos Produtores de Azeite de Santa Catarina da Fonte do Bispo desde 1949 e do Lagar de Azeite de Alberto Santos Pereira Rocha a laborar desde 1913.



Os Telheiros

Sendo uma industria antiga, pelo menos desde 1886, foi a partir de 1974 da explosão do turismo e consequente desenvolvimento da construção civil e nomeadamente da construção de moradias, esta indústria de cerâmica - fabrico de telha, ladrilho e tijolo - verificou um enorme desenvolvimento nas últimas décadas, contando-se hoje nesta Freguesia nada menos de quinze telheiros a funcionar que empregam entre seis a doze homens cada um deles. Esta indústria é quem mais contribui para a divulgação do nome da freguesia, quem já não ouviu falar na Tijoleira e/ou Telha de Santa Catarina (pequeno ladrilho de arenito vermelho de confecção semi-artesanal e irregular que pavimenta imensas vivendas por esse pais fora), que nomeadamente é usado o seu nome para determinar um estilo de cerâmica mesmo não sendo produzido em Santa Catarina.

Última actualização: 2021-05-19

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